1 DADOS GERAIS
1.1 LOCALIDADE
Comunidade quilombola Baixa Grande no Município de Alcântara – MA
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Foto 1.a – Comunidade Baixa Grande, Município de Alcântara - MA. |
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Foto 1.b – Moradia típica da Comunidade. |
1.2 PARTICIPANTES DA VISITA
Equipe técnica Ministério Público Federal – MPF
Membro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
Programa de Assessoria Jurídica Universitária Popular – PAJUP
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH
1.3 OBJETIVO GERAL
Reunião com a Comunidade quilombola Baixa Grande e demais comunidades de seu entorno
para debate acerca da implementação de usina de reciclagem de lixo e resíduos sólidos em
seu território, parte do projeto de compensação de danos do Centro de Lançamento de
Alcântara – CLA “Alcântara Sustentável”. Posterior participação em inspeção da equipe
técnica do MPF, com fulcro em obter dados quanto aos potenciais danos ambientais e
sociais aos quais a comunidade estaria exposta com a implantação do empreendimento,
assim como a análise de prováveis desconformidades dos relatórios de estudos ambientais
com o plano fático.
2 CONJUNTURA DA DEMANDA
Atualmente a Comunidade Baixa Grande enfrenta o risco de implementação de uma usina
de reciclagem de lixo e resíduos sólidos em seu território, parte do “Projeto Alcântara”
Sustentável – conjunto de obras de reparação a serem custeadas pelo Centro de
Lançamento de Alcântara, a fim de minimizar os danos ambientais e sociais que causara à
população.
O território para construção do empreendimento fora cedido sem consulta prévia à
comunidade tradicional, assim como os estudos de impacto sócio-ambiental
desconsideraram a existência de habitantes na área, localizada, inclusive, a poucos metros
das residências.
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Foto 2.a – Área para implantação da usina de reciclagem, dentro do território da Comunidade Baixa Grande, a poucos metros das residências. |
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Foto 2.b – Marcações deixadas pela equipe da empresa contratada para a construção da usina. |
Os quilombolas de Baixa Grande descobriram a
existência do projeto durante medições
efetuadas pela equipe técnica da empresa
contratada para a construção da usina,
impedindo que as mesmas continuassem e
contactando entidades de proteção de direitos humanos para que o empreendimento não
fosse executado
Além da ausência de informações à comunidade acerca do empreendimento, a localidade
escolhida para sua implantação contém lençóis freáticos, nascentes de rios, área de roça – a
atividade predominante em Baixa Grande é a agricultura de subsistência -, assim como a
proximidade às residências, que inegavelmente acarretaria mudanças no estilo de vida dos
moradores do quilombo.
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Foto 2.c - Área de roça com lençol freático no subsolo. |
3 DESENVOLVIMENTO DA VISITA
A visita à Comunidade quilombola Baixa Grande, em 11 de setembro de 2013, foi efetuada
pelo Programa de Assessoria Jurídica Universitária Popular - Pajup em parceria com a
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH, entidade que acompanha demandas
relativas à proteção dos Direitos Humanos no estado.
Buscando respaldo técnico para a proteção dos interesses da comunidade, o Ministério
Público Federal, provocado pela SMDH, enviou equipe composta por biólogo e antropóloga
para conversarem com a comunidade e inspecionarem o local de implantação da usina.
Inicialmente, líderes comunitários, agentes políticos – vereadores e o prefeito do Município
de Alcântara –, membros do quilombo Baixa Grande e comunidades do entorno reuniram-se
com a SMDH e o Pajup, com o objetivo de explanarem seus anseios e objetivos quanto à
potencialidade de construção da usina.
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Foto 3.a – Localidade da reunião. |
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Foto 3.b – Membros das comunidades que serão afetados pelo empreendimento. |
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Foto 3.c - Reunião. |
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Foto 3.d - Fala de membro da Comunidade Baixa Grande. |
Após as considerações alcançadas na reunião, chegou-se à conclusão de necessidade de um
encontro entre as comunidades e a EBE – Empresa Brasileira de Engenharia S/A, responsável
pela construção da usina, para que as dúvidas referentes ao funcionamento, impactos,
atuação e utilização de mão-de-obra local e consequente capacitação sejam elucidadas.
No segundo momento passou-se para a inspeção dos técnicos do MPF, cujo laudo será
entregue ao procurador responsável pelo caso para que tome as medidas judiciais cabíveis.
4 INDICATIVOS FUTUROS
Ainda durante a inspeção do MPF, os habitantes do quilombo Baixa Grande consensuaram a
respeito da rejeição da obra na localidade a qual é pretendida sua implantação,
demonstrando preocupação com os impactos sociais e com a idoneidade dos estudos
apresentados pela equipe técnica da EBE, que negligenciara a existência da comunidade
tradicional.
Ademais, buscam a reparação de eventuais danos, assim como a utilização de mão-de-obra
local nas atividades da usina e sua consequente capacitação. Possuem indicativo de área
alternativa, ainda em suas terras, que não impactaria tão profundamente os usos e
costumes, além da natureza local.
Aguardam o laudo técnico do MPF, assim como o deslinde da demanda.
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Foto 4.a – Área alternativa. |
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Foto 4.b – Área alternativa. |
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Foto 4.c – Equipe técnica MPF e membro do IBAMA. |