sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Projeto Ágora: 2014

A educação popular além de um mecanismo de emancipação social é uma via de rompimento com a educação formal das instituições, inspirando a romper com a inércia curricular e dentro desse contexto, membros do PAJUP, idealizavam formas de ocupar a universidade com debates que fugissem dos conteúdos pré-determinados, “falar o que não se fala em sala de aula”.

No ENNAJUP 2013 no Piauí, a ideia tomou forma, os pajupianos se inspiraram em pautas frequentes na RENAJU e no fortalecimento da militância, para promover um espaço de atuação dentro da instituição, mas fora dos “muros” formais de educação, surgindo assim o Projeto Ágora – PAJUP.

Como evento de estréia, o projeto trouxe a pauta, o “Feminismo em debate: relações de poder, alteridade e gênero”, o debate contou com a presença de: João Carlos Cunha Moura, professor de Criminologia da UNDB, Katiuscia Pinheiro – Membro do Grupo de Pesquisa Gênero, Memória e Identidade (GENI) e professora de Sociologia da rede de ensino pública estadual, e Lourdimar Silva, representante do Movimento Mulheres em Luta (MML). Durante o evento foram discutidos assuntos como a condição da mulher na sociedade, estupro, legalização do aborto, a necessidade da organização das mulheres em prol de seus direitos e reivindicações, mas, principalmente, serviu também para desmistificar o “o que é feminismo”.




No segundo Ágora, o tema “Imagine a festa: o Brasil dos Megaeventos”, o PAJUP buscou abordar a dicotomia entre os altos gastos em razão da copa e o caos nos sistemas de educação e saúde pública, refletir acerca da desapropriação de famílias nas áreas tidas como importantes para a construção de obras em prol da copa, pautar questões políticas de desrespeito à soberania do país como a criação de tipos penas por parte da FIFA nas áreas de “jurisdição” onde o evento irá ocorrer e a criminalização dos movimentos sociais e desconstruir a visão colocada pela mídia e pelo governo a fim de fomentar um senso crítico a respeito do megaevento.

Contou com os facilitadores: Rose Panet (formada em Ciências Sociais e Jurídicas, mestre e Doutora em antropologia, professora de Antropologia da Casa no curso de Arquitetura UNDB e orientadora do grupo de pesquisa Moradia de Qualidade e Direito á Cidade), Nadja (ex- cajuína e Advogada Popuar) e Francisco Flávio Farias (PAJUP).








No terceiro Ágora, o tema foi voltado as relações e rompimento dos preconceitos, com o tema “Com açúcar ou com afeto, repensando as relações”, com a finalidade de discutir a afetividade, foram levantados inúmeros aspectos relacionados às relações afetivas, perpassando por temas como monogamia, não monogamia, relações de poder, sexualidade e gênero. Teve como facilitadores o professor Bruno da Silva Azevedo ( Mestre em Ciências Sociais),  Ísis Boll de Araujo Bastos (Mestre em Direito) e Thiago Viana ( Advogado e militante).






No quarto e último de 2014, o Projeto Ágora abordou a Temática “Mídia e Negritude”, em virtude do mês da Consciência Negra, contou com a participação dos facilitadores para o debate: Ana Raíssa (Estudante de Serviço Social da UFMA e militante da ANEL), Hertz Dias (Militante do Movimento Quilombo Urbano e integrante do grupo de Hip Hop “Gíria Vermelha”) e Nonato Masson (Advogado e membro da RENAP—Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares). Os debates foram norteados pela discussão sobre a mídia enquanto espaço construtor de subjetividades, a qual tem papel determinante na construção e manutenção dos estereótipos raciais e da discriminação presente no cotidiano da maior parte da população brasileira e pretensamente ocultada sob o mito da “democracia racial”. 
A estereotipização da cultura e das religiões de matriz afro, o extermínio sistemático da juventude negra, a objetificação da mulher negra como algumas demonstrações do racismo “oculto” sob o manto da cordialidade e tolerância racial. Diante dessas problemáticas, surgiram nas intervenções dos participantes falas sobre a necessidade de discutir a afirmação da negritude e o papel da mídia nesse processo, bem como quais as possibilidades de transformação dessa realidade para uma sociedade efetivamente plural e com respeito às diferenças.







O Projeto Ágora pretende se manter presente, sempre ligado aos debates na construção da formação social, fortalecendo as discussões dentro do ambiente universitário e rompendo paradigmas da educação formal.

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